NOTA PRÉVIA

Para uma melhor compreensão dos gráficos que irão constar deste trabalho julgo de interesse adiantar alguns considerandos de índole geral sobre a evolução da população portuguesa que, de uma forma ou outra, teve reflexos na evolução da população deste concelho.

Entre 1900 e 1911 - o País regista taxas elevadas de natalidade (+/- 30%) e de mortalidade (+/- 20%); a idade média da população ronda os 27 anos; aumento progressivo da vaga migratória, que tem como destino principal o Brasil; a 1 de abril de 1911 é apresentado o registo obrigatório dos nascimentos para efeitos estatísticos que, até esta data, assentavam no registo dos baptismos.

Entre 1911 e 1920 - aumenta a emigração para o Brasil até 1913; crise económica consequente da 1ª Grande Guerra; redução da emigração durante o conflito de 1914-18; peste pneumónica que vitima em 1918 cerca de 60.000 portugueses, sendo grande parte deles crianças recém-nascidas e idosas.

Entre 1920 e 1950 – retoma o fluxo migratório para o Brasil até 1930; posterior redução da emigração em resultado da crise económica dos anos 30 e dos entraves levantados por alguns países; esperança média de vida ronda os 40 anos; eclosão da 2ª Grande Guerra; paralisação dos transportes marítimos durante este conflito; diminuição acentuada da mortalidade, mantendo-se a natalidade a níveis bastante elevados

Entre 1950 e 1970 – alteração do destino da emigração, que se passa a fazer primordialmente para França e para as colónias portuguesas de África; eclosão das guerras coloniais em 1961, o que contribuiu para o forte aumento da emigração clandestina para a França; a alteração de hábitos na sociedade portuguesa, designadamente da população feminina; migração de parte da população mais jovem do interior para o litoral do País; diminuição acentuada da taxa de mortalidade, embora a ritmo inferior ao verificado anteriormente; declínio acentuado da taxa de natalidade.

Entre 1970 e 1981 – crise petrolífera de 1973, com redução da emigração para os países europeus; acentuado-se a tendência para a baixa das taxas de natalidade e mortalidade; efeitos da descolonização, com a vinda para o Continente de cerca de 600.000 residentes das ex-colónias; chegada de imigrantes vindos dos PALOP e Brasil; melhoria das condições higio-sanitárias nas regiões do interior; atribuição de reformas aos habitantes mais idosos; aumento da esperança média de vida.

Entre 1981 e 2011 – número de casamentos em queda e cada vez mais tardios; restabelecimento do equilíbrio entre as taxas de natalidade e de mortalidade, mas agora a níveis baixos e muito próximos; aumento do número de imigrantes, designadamente do leste europeu e dos Palop, que passam a representar cerca de 4% da população residente em Portugal; crise financeira de 2008 com as consequentes restrições económicas; aumento da emigração para os países europeus, que afeta principalmente uma população jovem.

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Para além destes fatores de nível geral, há que levar em consideração os fatores designados regionais ou locais que podem influenciar a forma como a população de uma determinada região evolui, o que leva a que, no mesmo período de tempo, encontremos resultados diferenciados, seja de freguesia para freguesia, de concelho para concelho ou de distrito para distrito. .

Tais factores poderão ser de índole económica, educacional ou cultural, com reflexos, por ex., nas taxas de natalidade, de mortalidade, de emigração ou de imigração.


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