Descrição da Freguesia de Vela

Armas - Escudo de vermelho, “joelho de estanho”, de prata, realçado de negro; em chefe, duas pêras de ouro e, em campanha, cacho de uvas de púrpura, sustido de ouro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ VELA – GUARDA “


1758 - MEMÓRIAS PAROQUIAIS


1882 - PORTUGAL, ANTIGO E MODERNO

Freguezia.

Beira Baixa,

Bispado, distrícto administrativo, comarca, concelho, e 15 kilometros ao S. da Guarda,

330 km. a E. de Lisboa,

230 fogos.

Em 1768, tinha 164.

Orago, Nossa Senhora da Graça.

O chantre da Sé da Guarda, apresentava o vigário, que tinha 30$000 reis de côngrua e o pé d'altar.

É povoação muito antiga, e foi villa, com o nome de Veela.

D. Afonso 3º, lhe deu foral, em Cêtte, a 25 de agosto 1255.

Esta aprazível povoação, está situada na extremidade de um valle profundo, que se abre para o sul, e na falda da serra de Santo Antão, um dos ramos da Estrélla. Perto da aldeia, principia a bella, extensa e fértil bacia, chamada Cóva da Beira, atravessada pelo rio Zêzere, que, pouco abaixo, sae de entre as serras próximas á antiga Villa de Valhêlhas, e se extende em frente das villas de Belmonte, Caria, Teixoso, Covilhan, Fundão e outras povoações, até perto do Tejo, onde o Zêzere desagua.

O clima d'esta freguezia, pela sua exposição ao sul, é amêno e fértil, produzindo todos os fructos agrícolas do nosso paiz, e, principalmente, óptimo vinho, excelente azeite, cereaes de toda a espécie, muita castanha, magnificas fructas, de caroço e pevide, distinguindo-se pela sua supérflua qualidade, as famosas pêras de Vela.

Do valle de Vela, e do do Mondêgo (que fica ao N. da Guarda) se abastece a cidade d'este nome; e muitas famílias d'ella, aqui teem bellas casas de campo e bôas quintas, para onde muitas se retiram no inverno, fugindo ao frio excessivo da cidade.

Merecem especial menção, as quintas dos senhores Póvoas e Saraivas, da Guarda, ambas muito abundantes d'água, fructas, arvorêdos, bellos jardins, povoados de plantas exóticas, e lindas flores. A dos Saraivas, tem um elegante e magestoso chafariz, construído de finíssima pedra, de primorosa esculptura, e uma das mais sumptuosas obras, d'este género, em todo o reino. Está assente, ao cimo de uma espaçosa escadaria, com a frente para o jardim, lançando trez abundantes jorros d'agua, sobre uma taça, da qual vae repuchar um outro que está no centro do jardim.

Foi filho 2º d'esta casa, Francisco Saraiva da Costa Pereira de Refogos, barão de Ruivoz, general do exercito liberal, e do qual já tratei no 8." volume, a pag. 260, col. 1.» E' hoje senhor d'esta rica e sumptuosa propriedade, o filho de um sobrinho do 1." barão de Ruivóz, o sr. Mendo Saraiva da Costa Pereira de Refogos Mascarenhas Lobo, cavalheiro dedicado ao partido legitimista, e filho do honradíssimo sr. Francisco Lobo Mascarenhas, da casa de Mouraz, junto a Tondella. A dos Póvoas, é também uma magnifica propriedade, e aqui passou os últimos anos da sua vida, e aqui falleceu, o famoso general Povoas.


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